segunda-feira, 15 de setembro de 2008

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COLÉGIO TIRADENTES ALDEOTA
3º Bimestre - setembro, 2008
Série: 1 ano
Turno: Manhã





SEMINÁRIO DE GEOGRAFIA




Líder: Ana Larissa (3)
Equipe: Ana Larissa, Aretha Campos, Wislla Andrade, Lorena Duarte, Leonardo Bruno.
número: 01, 05, 40, 19, 16

Introdução

Datada como uma das mais antigas civilizações do mundo, a China passou por diversas transformações de âmbito social, político, econômico e cultural até chegar ao estado por nós hoje conhecido. Os primeiros relatos sobre a China de que se tem notícia estão datados entre 2.500 e 2.000 A.C. e fazem referência às regiões norte e central do atual território chinês.

Contando com uma história tão extensa, a civilização chinesa também é marcada por um intenso processo de migração e pela incorporação de outras civilizações. Seu sistema de crenças, filosofia, escrita e organização política são algumas das características que fazem da China uma cultura bastante peculiar. A partir daí, podemos entender o porquê das diferenças entre o povo chinês e, principalmente, a civilização ocidental.

Atualmente, novas pesquisas tentam reavaliar os documentos e relatos que fazem referência à história do povo chinês. Até o século passado, a trajetória do povo chinês era feita por historiadores oficiais que se limitavam a falar sobre a trajetória política das dinastias e governos que dominaram o país. Um dos temas mais recentes, por exemplo, discute as relações da China com outras culturas orientais como a coreana, japonesa e vietnamita.

Nos últimos anos, o processo de globalização da economia proporcionou a ampliação do contato entre a China e as outras civilizações do planeta. Em 2008, a realização dos jogos olímpicos na cidade de Pequim, foi uma nova oportunidade de diminuir essas “distâncias” entre os chineses e o restante do mundo. A China, mais do que uma antiga civilização, é um mundo ainda a ser descoberto.

Origem da China



Contando com mais de 4000 anos de história, a China é considerada uma das mais antigas civilizações do mundo. Para melhor organizar toda sua trajetória, costuma-se dividir a História da China por meio de seus principais acontecimentos de natureza política. Didaticamente, a história chinesa se inicia com uma Fase Original, que vai de 2200 A.C. até 221 A.C. Neste período, damos destaque a três civilizações que iniciam o processo de ocupação territorial e formação étnica do povo chinês.

A primeira delas é conhecia como Xia (2200 A.C. - 1750 A.C.). Por muito tempo, a existência desta civilização foi colocada em dúvida por muitos especialistas sobre o assunto. Entretanto, recentes pesquisas arqueológicas comprovaram o contrário. Tais pesquisas propõem que os Xia são descendentes diretos dos povos que, durante o período Neolítico, ocuparam o Vale do Rio Amarelo. Mesmo não contando com escritos dessa civilização, existem especulações no meio científico que acreditam que os Xia foram precursores do sistema de escrita criado na dinastia Shang.

Originária da mesma região dos Xia, a dinastia Shang (1750 A.C. – 1040 A.C.) ficou conhecida, principalmente, pelo seu desenvolvido sistema de escrita, em sua maioria, gravado em peles de animais. Além disso, essa dinastia também desenvolveu diversos utensílios em bronze. No âmbito dos rituais religiosos, os Shang costumavam organizar cerimônias onde a realização de sacrifícios humanos era recorrente. Sua organização política era monárquica e contava com um peculiar sistema sucessório. Usualmente, o trono era herdado do irmão mais velho para o irmão mais novo. Quando todos os irmãos faleciam, o trono era repassado ao mais velho dos sobrinhos maternos.

Tida como a principal fundadora da civilização chinesa, a dinastia Zhou (1100 A.C. – 771 A.C.) controlou hegemonicamente a região do chamado Reino Médio. Depois desse período hegemônico, a civilização Zhou sofreu uma invasão promovida por bárbaros da região Oeste. Devido o processo de invasão, a dinastia Zhou se transferiu para a parte oriental do território chinês. Após o deslocamento, floresceram entre os Zhou diferentes sistemas de pensamento filosófico: o daoísmo, o confucionismo e o legalismo.

No fim desse período, inicia-se um intenso período de batalhas, conhecido como Estados Guerreiros (403 A.C. - 221 A.C.). Nesse período, que encerra as origens da civilização chinesa, ocorreu uma série de conflitos dotados de numerosos exércitos, cercos militares e batalhas que duravam vários dias.

Primeira Era Imperial


Logo depois do período em que os Estados Guerreiros encerraram a parte inaugural da civilização chinesa, temos o Período Imperial que vai de 221 A.C. até 1644 D.C. Esse período é subdividido em: Primeira Era Imperial (221 A.C. - 589 D.C.), Segunda Era Imperial (589 D.C. - 1279 D.C.) e Terceira Era Imperial (1279 D.C. - 1644 D.C.).

Dinastia Qin (221 A.C. - 206 A.C.)

Na Primeira Era Imperial, assistimos a ascensão da dinastia Qin. Tal dinastia foi responsável pela formação de grande parte do atual território chinês. Contando com uma superioridade bélica proveniente de suas ricas fontes de ferro, a dinastia Qin conseguiu subjugar os demais povos que participavam dos Estados Guerreiros. A partir de então, Qin Shihuangdi, primeiro e único imperador dessa época, realizou um amplo processo de centralização político-administrativa que garantiu a unidade de seus territórios.

Uma das mais usuais práticas centralizadoras consistia em controlar e perseguir as demais escolas de pensamento filosófico e religioso da época. Uma das mais perseguidas escolas de pensamento da época foi a confucionista. Além da centralização política, o governo Qin também se destacou pela sua intensa política militarista. Sua administração alargou as fronteiras ao sul e ao norte e também realizou a construção de uma muralha visando proteger importantes parcelas de seu território.

Essa muralha, atualmente, compõe um seleto grupo de monumentos mundialmente conhecidos. A Muralha da China, tal qual a conhecemos, é uma parte reconstruída da muralha feita durante a Dinastia Ming. Com a morte de Qin Shihuangdi, em 210 A.C., seu governo entrou em colapso com a deflagração de uma série de conflitos internos responsáveis pelo surgimento de um novo período dinástico.

Primeira Dinastia Han (206 A.C. - 8 D.C.)

A dinastia Han, presente entre 206 A.C. e 220 D.C., manteve grande parte da estrutura político-administrativa implementada por Qin Shihuangdi. No campo ideológico, os Han adotaram os princípios confucionistas. Em tal época, a China viveu um notável período em que a Literatura e as Artes tiveram intenso desenvolvimento. Importantes avanços tecnológicos também fazem parte desse período. É durante a dinastia Han que se noticia o invento do papel e da porcelana.

No reino de Han Wudi, surgiu um famoso historiador chamado Sima Qian. Ele foi autor da obra “Registros do Grande Historiador” em que faz uma divisão sistemática dos diferentes aspectos a serem registrados sobre um determinado assunto histórico. As dinastias que sucederam a obra de Sima preservaram seus escritos e adotaram a mesma forma de organização narrativa.

O Governo de Wang Mang (8 D.C. - 25 D.C.) e a Segunda Dinastia Han (25 D.C. - 220 D.C.)

Entre os anos de 8 A.C. e 25 D.C., um problema sucessório interrompeu a hegemonia da dinastia Han. Nessa época, um súdito chamado Wang Mang controlou o governo. Contrário às políticas centralizadoras, Wang adotou princípios políticos que concediam maior autonomia e participação popular. Com sua morte a dinastia Han voltou ao poder até o ano de 220.

Os Três Reinados ( 220 - 265) e as Dinastias do Norte e do Sul (317 - 589)

Com a queda da dinastia Han, a China passou por uma fase de desunião política. Conhecida como a Era dos Três Reinados (220 – 265), nesse período várias guerras ameaçavam a unidade do território chinês. Depois de um período de estabilidade, durante a dinastia Jin (265 – 420), novas invasões inauguraram uma nova etapa da história da China.

No âmbito social, as invasões bárbaras trouxeram notáveis mudanças. A primeira dela é que a etnia Han foi forçada a se deslocar para a região sul do território chinês, enquanto os povos bárbaros promoveram um intercâmbio cultural ao se fixarem na parte norte. Outro importante evento dessa época ocorreu no campo religioso.

No decorrer do primeiro século da era cristã o budismo, religião de origem indiana, começou a ganhar adeptos no território chinês. Por meio de sua popularização em território chinês, a religião budista incorporou algumas características da cultura chinesa e se disseminou em outras regiões do mundo oriental.

Segunda Era Imperial


Dinastia Sui (589 – 618)

Logo após a turbulenta fase das invasões bárbaras e das dinastias Norte e Sul, a China passou por um processo de reunificação político territorial. A Dinastia Sui foi responsável por esse processo de reorganização política, econômica e social. Em alguns pontos, os feitos da Dinastia Sui são usualmente comparadas aos da Dinastia Qin.

Mesmo tendo breve duração, os Sui conduziram um intenso processo de centralização política e a criação de um severo sistema de contribuição social que incluía o pagamento de impostos e a participação em trabalho compulsório. Entre suas grandes realizações, destacamos a construção do Grande Canal e o processo de reconstrução da Muralha da China.

O fim da Dinastia Sui é explicado por uma série de turbulências internas e questões militares que enfraqueceram seu domínio. O fracasso militar obtido nas investidas realizadas contra a Coréia, no início do século VII, é alguns dos principais fatores explicativos para a derrocada dos Sui. Além disso, algumas conspirações internas e revoltas populares também motivaram o fim dessa dinastia.

Dinastia Tang (618 - 907)

Colocada como uma das mais promissoras dinastias da História da China, os Tang foram responsáveis por importantes traços da cultura chinesa. Foi nessa época que os valores do budismo se disseminaram e ganharam força dentro da China. Além disso, a criação da impressão em blocos permitiu que a escrita fosse popularizada entre os chineses.

No campo político, a Dinastia Tang também foi responsável por interessantes realizações. Foi nesse período que a China alargou suas fronteiras, conquistando partes da Sibéria, da Coréia e do Vietnã. Outra conquista territorial de grande importância comercial, foi a obtenção do controle sob a Rota da Seda. Ainda no campo político, podemos dar especial destaque à ascensão da Imperatriz Wu, a única mulher que alcançou tal título dentro da história política da China.

Durante o século VIII, uma série de tensões políticas marcou o processo de crise e desintegração da Dinastia Tang. A Rebelião de An Lushan, durante o governo de Xuanzong, foi uma das principais revoltas que deram fim a essa dinastia. Além desse conflito interno, a Batalha de Talas, deflagrada contra os árabes em 751, também contribuiu para a derrocada dos Tang. Depois da queda, até a primeira metade do século X, a China passou por um novo processo de desintegração política que a dividiu em cinco dinastias ao norte e dez reinados ao sul.

Dinastia Song (960 – 1279)

Depois dessa fase marcada pela descentralização política, a Dinastia Song conseguiu reimplantar a unificação dos territórios. Ao estabelecer sua dinastia, os Song conseguiram realizar interessantes reformas político-administrativas que estabilizaram os seus governos. Essa eficiente organização se explica pelo grande incentivo dado à busca pelo conhecimento. Durante a Dinastia Song, o Confucionismo ganhou força entre as elites intelectuais do país. Ao mesmo tempo, o Budismo perdeu espaço ao ser interpretado como um sistema filosófico que pouco respondia aos problemas políticos e cotidianos.

Nesse período, também vemos a ascensão de uma nova doutrina filosófica. O Neoconfucionismo, criado pelo pensador Zhu Xi, no século XII. Os valores pregados pelo Neoconfucionismo adotavam premissas do Confucionismo, do Taoísmo e do Budismo. A força desse conjunto de idéias foi responsável por um período de grande estabilidade nos campos político, social e ideológico da China. O neoconfucionismo teve grande presença no pensamento chinês até meados do século XIX.

Nos campos da política e da filosofia, a Dinastia Song alcançou grandes realizações, porém, nas questões militares não tiveram a mesma sorte. No início do século XII, uma invasão de povos estrangeiros dominou a parte norte de seus territórios. Cento e cinqüenta anos mais tarde, a invasão dos mongóis provocou um período de interrupção na soberania chinesa sob seus territórios.

Terceira Era Imperial

Yuan (1279 - 1368)

Com a dominação dos mongóis sobre a China, em meados do século XIII, temos a consolidação de uma nova fase da história política chinesa. Mesmo controlando o poder de forma centralizada e nomeando estrangeiros para o exercício de cargos administrativos, a dominação mongol, iniciada por Kublai Khan, preservou a estrutura hierárquica criadas pelos chineses.

Mesmo estabelecendo a dominação do povo chinês, a dinastia Yuan também promoveu grandes realizações durante sua existência. Nesse período observamos intenso desenvolvimento tecnológico proveniente do contato entre diferentes culturas imposto pelo domínio Yuan. Muitos chineses eram designados a servir o império mongol em outras regiões. Mediante tal intercâmbio, a civilização chinesa não só desenvolveu novos inventos e tecnologias, como também abriu espaço para o florescimento de novas orientações religiosas.

Outro ponto que merece ser destacado é o conjunto de construções estabelecido durante a dinastia Yuan. Nesse período, a cidade de Pequim foi reconstruída com novos palácios que contavam com lagos artificiais e parques. Além disso, o império mongol realizou a ampliação do Grande Canal. Através da expansão dele, o contato comercial dos chineses se estendeu por outras regiões da Ásia e permitiu os primeiros contatos entre os chineses e o mundo ocidental.

Dinastia Ming (1368 – 1644)

A dinastia Ming foi responsável por agrupar forças contra a dominação mongol em território chinês. Controlando primeiramente a parte sul do território, a dinastia Ming sediou-se na cidade de Nanjing (que significa “capital do Sul”) e posteriormente conseguiu obter controle sob Beijing (Pequim), centro político da dinastia mongol. De forma geral, a dinastia Ming, mediante seu histórico de conflitos contra civilizações estrangeiras, incentivou o isolamento sócio-político e cultural enquanto formas de preservação da unidade de seu povo.

Em sua dinastia, a reinterpretação do ideário neoconfucionista serviu de base para a fixação de um modelo de sociedade centrado em um modo de vida predominantemente agrário. Ao mesmo tempo, a grande estabilidade criada durante a dinastia Ming também justificou, entre os chineses, a crença de que sua civilização alcançara um grau de autonomia onde o contato e valores estrangeiros são desprezados.

Na contramão dessa fase isolacionista, alguns relatos do início do século XV sugerem que um navegante chamado Zheng He teria feito a circunavegação do globo terrestre. Segundo algumas fontes, sua expedição marítima teria alcançado a ilha de Madagascar (África) fazendo um trajeto via oeste, antecipando em quase cem anos a teoria proposta por Cristóvão Colombo.

Grande parte do traçado arquitetônico da Muralha da China, tal qual hoje conhecemos, foi concebida durante a Dinastia Ming. Além disso, durante o governo de Yong Le, foi construída a cidade de Gu Gong, conhecida como “Cidade Proibida”. Criada com o propósito de abrigar os palácios imperiais, a Cidade Proibida se tornou um dos principais pontos turísticos da China.
Com o desgaste promovido pelas longas guerras contra os mongóis e as investidas militares dos japoneses no século XVI, a supremacia Ming enfraqueceu. Em 1644, os Manchus tomaram controle da capital Beijing e deram início à última dinastia imperial da China, que permaneceria até a primeira década do século XX.

Dinastia Qing (1644-1911)

Dando continuidade às concepções isolacionistas da Dinastia Ming, os Qing teriam que enfrentar um período delicado onde as contradições geradas por essa visão de mundo, problemas de ordem interna e a aproximação dos países capitalistas ocidentais, trariam à tona revoltas e conflitos que marcaram a última dinastia das Eras Imperiais da China.

Grande parte desses conflitos estourou no século XIX, quando a população chinesa, que já ultrapassava a casa dos 300 milhões de habitantes, deparou-se com a falta de empregos e a carência de terras disponíveis. A eclosão dos problemas sociais também incentivou a formação de sociedades que combatiam a dinastia Qing. A Lótus Branca e a Sociedade da Tríade foram alguns dos movimentos oposicionistas da época.

O contato dos chineses com o Ocidente se iniciou com a chegada dos ibéricos (espanhóis e portugueses), durante o século XVI. Logo em seguida, espanhóis e ingleses também entraram em contato com a China. A questão do contato com povos estrangeiros só era aceitável devido os recursos obtidos pela tributação das atividades comerciais. Em âmbito cultural, os valores das demais nações eram vistos como algo ruim ou inferior em relação à cultura chinesa.

A questão do contato entre a China e o Ocidente também se deu no campo da religiosidade. Desde o século XII, mesmo antes da criação das ordens jesuíticas, a Igreja Romana tentava pregar a fé cristã em território chinês. No século XIX, as tentativas de conversão tiveram algum sucesso, mas não extinguiram os valores do Confucionismo entre os novos cristãos. Ao mesmo tempo em que traziam sua mensagem religiosa, os católicos também introduziram o conhecimento ocidental em diferentes áreas do saber.

O conflito de interesses com o ocidente e a falta de habilidade político-administrativa para a resolução dos problemas do povo chinês, foram de grande influência para a derrocada da dinastia Qing. As sanções políticas e territoriais previstas pelo Tratado de Nanjing, que deu fim à Guerra do Ópio (1839 – 1842), e a ameaçadora Rebelião de Taiping (1851 – 1864) foram alguns dos episódios que apontavam para a insustentabilidade dos Manchu.

Na metade do século XIX, os russos realizaram um processo de ocupação territorial na Ásia Central. Em 1850, os russos tomaram o controle sob parte da Manchúria. No século seguinte a França passou a realizar suas atividades imperialistas na Cochinchina e, posteriormente, em Annam. No fim do século XIX, o Japão entrou em guerra com a China e, por meio do Tratado de Shimonoseki, conquistaram Taiwan e as Ilhas Penghu. Posteriormente, a Inglaterra e os Estados Unidos garantiram áreas de exploração econômica.

A Reforma dos Cem Dias

No governo de Guangxu (1875 – 1908) um forte movimento de renovação das instituições políticas foi propagandeado. A chamada Reforma dos Cem Dias se inspirou no processo de modernização japonês para reestruturar a soberania nacional. Entre outras medidas, os defensores de tais mudanças defendiam a industrialização da China, a adoção de padrões educacionais ocidentais e a implementação de uma monarquia constitucional.

No entanto, uma forte reação conservadora se instaurou e, dessa maneira, o movimento de reformulação das estruturas sócio-políticas da China não foi colocado em prática. Entre outras ações, um grupo de revoltosos tentou lutar contra a presença das nações estrangeiras no país. A então chamada Guerra dos Boxers (1900) foi um movimento que além de possuir forte caráter conservador e nacionalista, apontava para insustentabilidade da monarquia imperial chinesa.

Revolução chinesa


A revolução Chinesa aconteceu entre 1949 e 1962, e foi um dos maiores acontecimentos históricos. A Revolução se deu por dois movimentos: a luta dos camponeses por terras e a luta do povo chinês pela independência nacional.

Na época, os comunistas assumiam o poder, com uma China arrasada pelos longos anos em que batalhou contra o domínio japonês, e uma longa Guerra Civil. Na cidade, o povo passava fome, no campo não se plantava nada por não ter sementes.

Mao Tsé – Tung, líder chinês, iniciava a reforma agrária. Dividiu grandes propriedades entre os camponeses, as cooperativas substituíam as grandes propriedades. Apoiado pela União Soviética, os comunistas fizeram mudanças radicas na economia e cultura chinesas; aboliram o casamento, promoveram a emancipação da mulher, igualdade entre os sexos, entre outras medidas de grande impacto e boa aceitação. A boa relação entre as duas potências socialistas só acabou com a morte do ditador Stalin.

O principal objetivo de todas essas mudanças era o aumento de produtividade, ou seja, na indústria houve aumento nas horas de trabalho e no campo, foram enviados reforços, desde intelectuais à estudantes. A terra foi estatizada, e dividida em comunas, que eram comunidades populares, independentes, com liberdade para cuidar de seus interesses comuns, como pequenas cidades.

Esse grande salto, foi um fracasso. Os camponeses ficaram insatisfeitos, com a queda das colheitas, o que gerava a fome, e acabava em revoltas.

Em 1966, iniciou-se uma revolta cultural, que marcou significativamente os rumos da revolução chinesa. O partido comunista estava dividido, havia uma forte oposição, mas mesmo assim Mao Tse-Tung mantinha-se no poder.

Na realidade, a revolução cultural, foi planejada pelo próprio Mao, com o objetivo de mobilizar a população pensante e formadora de opinião da China. Os jovens, por todo o país criaram a jovem guarda vermelha, surgia também comitês que ameaçavam autoridades, e mais uma vez a força foi utilizada: locais onde eram realizados cultos religiosos foram destruídos, livros foram confiscados, as comunas ganharam maior importância e Mao saiu ainda mais forte.

Mao Tsé-Tung morreu em 1976 e os moderados voltaram ao poder. Seu sucessor foi Deng Xião-Ping que adotou uma política econômica e desenvolvimentista e permitiu a entrada de tecnologia e capital estrangeiro.

Geografia


A China contém uma larga variedade de paisagens, sobretudo planaltos e montanhas a oeste e terras de menor altitude a leste. Como resultado, os rios principais correm de oeste para leste (Chang Jiang, o Huang He (do oriente-central), o Amur (do nordeste), etc), e, por vezes, em direcção ao sul (Rio das Pérolas, Rio Mekong, Brahmaputra, etc). Todos estes rios deságuam no Pacífico. Possui uma área de 9 572 909 km².
No leste, ao longo da costa do Mar Amarelo e do Mar da China Oriental, encontramos uma extensa e densamente povoada planície aluvial. A Costa do Mar da China do Sul é mais montanhosa. O relevo da China meridional caracteriza-se por serras e cordilheiras não muito altas.
A oeste, há outra grande planície aluvial, a do norte. No sul ocidental, encontramos uma meseta calcárea atravessada por cordilheiras montanhosas de altitude moderada onde, nos Himalaias, se situa o seu ponto mais elevado (Monte Everest). O sudoeste é ainda caracterizado por altos planaltos cercados pela paisagem árida de alguns desertos, como o Takla-Makan e o deserto de Gobi, que está em expansão. Devido à seca prolongada e, provavelmente devido a práticas de uma agricultura empobrecedora dos solos, as tempestades de poeira tornaram-se comuns durante a primavera chinesa.
Durante muitas dinastias, a fronteira sudoeste da China foi delineada pelas altas montanhas de vales escavados de Yunnan, que, hoje, separam a China dos estados de Burma, Laos e Vietname.

Estrutura social

Já existiram na China mais de uma centena de grupos étnicos. Em termos numéricos, a etnia dominante é a dos Han. Ao longo da história, muitas etnias foram assimiladas às suas vizinhas ou, simplesmente, desapareceram sem deixar grandes testemunhos da sua existência. Muitas etnias distintas foram diluídas no grupo dos Han, o que explica o peso numérico desta etnia na China. Não obstante, os Han falam várias línguas muito diferentes. O governo da República Popular Chinesa reconhece 56 etnias.

População


A população da China é a maior do mundo. Possui mais de 1,3 bilhão de habitantes. Com políticas rígidas para controle de natalidade, estima-se que a China seja ultrapassada populacionalmente pela Índia.
A política de controle populacional da China tem como principal regra cada família possuir apenas um filho enquanto morar em centros urbanos, já no interior são permitidos dois filhos caso o primeiro seja mulher, revelando, assim, uma preferência dos chineses por filhos do sexo masculino, pois, segundo a tradição do país, são os filhos homens responsáveis por cuidar dos pais durante a 3ª idade e são eles também que carregam o sobrenome da família

Economia


A China possui atualmente uma das economias que mais crescem no mundo. A média de crescimento econômico deste país, nos últimos anos é de quase 10%. Uma taxa superior a das maiores economias mundiais, inclusive a do Brasil. O Produto Interno Bruto (PIB) da China atingiu 2,2 trilhões de dólares em 2006, fazendo deste país a quarta maior economia do mundo. Estas cifras apontam que a economia chinesa representa atualmente 13% da economia mundial.


Vejamos os principais dados e características da economia chinesa:


- Entrada da China, principalmente a partir da década de 1990, na economia de mercado, ajustando-se ao mundo globalizado;
- A China é o maior produtor mundial de alimentos: 500 milhões de suínos, 450 milhões de toneladas de grãos;
- É o maior produtor mundial de milho e arroz;
- Agricultura mecanizada, gerando excelentes resultados de produtividade;
- Aumento nos investimentos na área de educação, principalmente técnica;
- Investimentos em infra-estrutura com a construção de rodovias, ferrovias, aeroportos e prédios públicos. Construção da hidrelétrica de Três Gargantas, a maior do mundo, gerando energia para as indústrias e habitantes;
- Investimentos nas áreas de mineração, principalmente de minério de ferro, carvão mineral e petróleo;
- Controle governamental dos salários e regras trabalhistas. Com estas medidas as empresas chinesas tem um custo reduzido com mão-de-obra (os salários são baixos), fazendo dos produtos chineses os mais baratos do mundo. Este fator explica, em parte, os altos índices de exportação deste país.
- Abertura da economia para a entrada do capital internacional. Muitas empresas multinacionais instalaram e continuam instalando filiais neste país, buscando baixos custos de produção, mão-de-obra abundante e mercado consumidor amplo.
- Incentivos governamentais e investimentos na produção de tecnologia.
- Participação no bloco econômico APEC (Asian Pacific Economic Cooperation), junto com Japão, Austrália, Rússia, Estados Unidos, Canadá, Chile e outros países;
- A China é um dos maiores importadores mundiais de matéria-prima.

Problemas:

Embora apresente todos estes dados de crescimento econômico, a China enfrenta algumas dificuldades. Grande parte da população ainda vive em situação de pobreza, principalmente no campo. A utilização em larga escala de combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo) tem gerado um grande nível de poluição do ar. Os rios também têm sido vítimas deste crescimento econômico, apresentando altos índices de poluição. Os salários, controlados pelo governo, coloca os operários chineses entre os que recebem uma das menores remunerações do mundo. Mesmo assim, o crescimento chinês apresenta um ritmo alucinante, podendo transformar este país, nas próximas décadas, na maior economia do mundo.

Cultura

Com um território de grande extensão, um passado historicamente rico e uma população de 1,3 bilhões de habitantes, a China possui uma importante diversidade cultural. Por ser um país que apresenta um grande crescimento da economia, na atualidade, a China atrai olhares de pessoas do mundo todo, que buscam informações sobre seus aspectos culturais. Na atualidade, este país mescla a cultura tradicional com a modernidade.

Escrita e idiomas

A escrita chinesa é baseada em ideogramas (desenhos), sendo que eles representam idéias, objetos, sentimentos, etc. O mandarim é o dialeto mais falado na China, porém, existem outros como, por exemplo, wu, cantonês, dialetos min, jin, xiang, kejia, gan, entre outros.

Religião

O Confucionismo e o Taoísmo são consideradas religiões chinesas, mas ambas as crenças começaram como filosofias, do mesmo modo que seus sucessores, não deu importância aos deuses e se voltou para a acção. Por sua acção, os taoístas apropriaram-se das crenças populares chinesas e da estrutura do Budismo. Como consequência, surgiu uma corrente separada do "taoísmo religioso", diferente do "taoísmo filosófico" que se associava aos antigos pensadores chineses Lao-Tsé e Zuang-Zi.
O Budismo chegou à China pela primeira vez durante o final da dinastia Han, arraigou-se rapidamente e muitos templos foram construídos.
Os comunistas chineses eliminaram a religião organizada ao tomarem o poder em 1949 e a maior parte dos templos e das igrejas foram reorganizadas para usos seculares. A Constituição de 1978 restaurou algumas liberdades religiosas e, actualmente, existem grupos budistas e cristãos activos na China, embora ainda fortemente supervisionados pelo Estado chinês.

Culinária

Os chineses utilizam muitos ingredientes, molhos (shoyu é o mais conhecido) e temperos em sua culinária. Arroz, peixe, carnes vermelhas, broto de bambú e legumes são utilizados em diversos pratos. Uma espécie de biscoito, fino e crocante, o rolinho primavera, é um dos alimentos chineses mais conhecidos no Ocidente. Um alimento consumido na China, e considerado exótico no Ocidente, é a carne de cachorro. Outros alimentos consumidos pelos chineses, e não muito comuns no ocidente, são: carne de cobra, escorpião, besouros e cavalo-marinho.

Arte

A arte chinesa é marcada bela beleza dos vasos em cerâmica pintados, artesanalmente, com motivos culturais da China. A arte em seda também é outro aspecto importante. Os pintores chineses destacam, em suas telas, as belezas naturais da China (paisagens, animais) e aspectos mitológicos.

Música

A música chinesa é tocada com a utilização de vários instrumentos, sendo que os mais importantes são: flauta, instrumentos de corda, gongos, tímpanos e pratos.

Invenções

Os chineses contribuíram muito para o desenvolvimento do conhecimento no mundo todo. As principais invenções chinesas são: papel, pólvora, leme de navegação, estribo, bússola, etc.

Questão Tibetana


O Tibet é uma região localizada ao sudoeste da China cercada por um conjunto de países vizinhos. Índia, Mianmar, Butão e Nepal fazem fronteira com a região sul tibetana. Na parte oeste, faz limite com a conflituosa região de Jammu e Caxemira. Originária de uma antiga dinastia militar, o Tibet, desde o século VII, forma um império pacífico guiado pelos preceitos religiosos budistas. O principal cargo político tibetano é ocupado por um Dalai-lama, que acumula funções religiosas e políticas.

A Revolução Chinesa de 1949 inaugurou os conflitos atuais envolvendo a região do Tibet. A instalação do movimento liderado por Mao Tsé-tung, buscou reorganizar os costumes e tradições tibetanas em favor dos princípios ideológicos do comunismo maoísta. Em 1951, a assinatura do Acordo dos 17 Pontos, definindo as relações entre China e Tibet, parecia direcionar as questões políticas para uma solução diplomática. No entanto, a orientação militar ofensiva da China arrastou este problema por mais de meio século, tornando a autonomia política do Tibet uma verdadeira incógnita.

Em 1959, o general chinês Chiang Chin-wu convocou o Dalai-lama para acompanhar uma festividade das autoridades chinesas na cidade de Lhasa, capital do Tibet, desde que o mesmo não contasse com nenhum tipo de segurança pessoal. O conhecimento público do estranho convite representou uma ameaça velada à integridade física do dalai-lama. Em resposta, o Dalai pediu asilo às autoridades indianas. Esse foi um breve exemplo das tensões que envolveram, no último século, a China e o Tibet.

Ao longo da História, a região do Tibet sofreu com a ocupação de diversos povos e impérios. Na dinastia sino-mongol Yuan (1279-1368), estabelecida pelos reis guerreiros Gengis Khan e Kublai Khan, firmaram-se acordos para que a autonomia política da região fosse preservada. Depois de manter relações mornas com a dinastia Ming (1386-1644), o Tibet contou com a proteção militar chinesa desde a ascensão do culto budista na dinastia Quing (1644-1911).

Com o fim da era imperial chinesa, em 1911, a região tibetana preservou sua independência política. Um dos mais claros exemplos desta soberania foi notado durante os conflitos da Segunda Guerra Mundial. Mesmo com a pressão imposta pelos Aliados (China, França, Inglaterra, União Soviética e Estados Unidos), o governo tibetano recusou-se a permitir a passagem de tropas, material militar e utensílios em seus territórios.

Em 1963, tendo oficialmente ganhado o status de Região Autônoma, o Tibet ainda viveu outras situações de conflito com a China. No fim dos anos de 1980, o massacre na Praça da Paz Celestial e a entrega do prêmio Nobel da Paz ao Dalai-Lama fizeram com que a questão da autonomia do Tibet tivesse repercussão internacional. Entretanto, desde a década de 1990, a China tenta justificar a ocupação ao território devido o crescimento econômico oferecido à região nos últimos dez anos e à presença massiva de chineses da etnia han no local.

No decorrer da política opressiva dos chineses, vários tibetanos passaram a buscar o exílio. Cerca de 120 mil tibetanos vivem em países estrangeiros, sendo que a grande maioria se encontra em território indiano. As autoridades políticas do Tibet também vivem em situação de exílio. O chamado “governo no exílio” conta com três poderes e tem sua sede fixada na cidade de Dharamshala, região norte da Índia.

A situação do Tibet abarca um confronto de perspectivas contrárias entre autoridades tibetanas e chinesas. Por um lado as autoridades chinesas reivindicam sua intervenção pelo progresso e benefícios materiais concedidos ao Tibet. Em contrapartida, os líderes tibetanos temem que a inflexibilidade política chinesa ameace as tradições religiosas e a liberdade do povo tibetano.

Conclusão

A China aparece desde cedo na história das civilizações humanas a organizar-se enquanto nação (ainda que a identidade nacional chinesa seja complexa), demonstrando um pioneirismo notável em áreas como a arte e a ciência, ultrapassando largamente, na altura, o resto do mundo.

A civilização chinesa é muito antiga, assim como sua organização social, essa estruturação proporcionou o surgimento de diferentes culturas e religiões e foi responsavel tambem pelo invento de grandes instrumentos .

Alem de possui a maior população do mundo, atualmente a China é um dos países que mais cresce no mundo, no contexto econômico, industrial, financeiro, está prestes a se tornar uma potência mundial.